Todas nós mamães, casadas com os pais de seus filhos ou não, tivemos a oportunidade de ver este momento na vida do parceiro .. O de receber a notícia da nossa gravidez! As reações são as mais diversas possíveis, mas de um modo geral até pais que desejavam que suas mulheres engravidassem, acabam por sentir um mix de sentimentos que envolve euforia, às vezes raiva, preocupação, medo e incertezas, inúmeras incertezas ! Se algum desses sentimentos nos acomete, imagine a eles que são pais “ainda não sendo” .. Vou usar o Joel de exemplo para não ficar divagando acerca de pais alheios, mas sim, sobre a experiência que tive dentro de minha casa.
Ele estava em um emprego novo, mais precisamente no 3º dia de trabalho e no meio de uma reunião, quando eu que havia ido à doutora Priscila checar um “mal-estar” e tive que ir correndo fazer uma eco, pois ela já suspeitando mandou que eu fizesse o exame imediatamente e voltasse lá .. Pois bem, com o resultado em mãos, eu que havia programado que o dia de dar esta notícia seria com um jantar, belas palavras, sapatinho de bebê em uma caixinha de presente .. Que nada ! A Euforia, misturada ao susto e alegria ao mesmo tempo me fez ligar imediatamente, no meio da reunião dele, rindo descontrolada de nervoso e dizer ao telefone mesmo.. Amor, to grávida !
Naquela noite saímos com um querido casal de amigos e muito falamos sobre o assunto, mas as nossas fichas ainda não tinham caído.. lógico!
Com o passar do tempo, após escutar o coraçãozinho, ao sentir o bebê chutar, vendo minha própria barriga crescer eu fui assimilando mais e mais a maternidade, mas o Jô, contudo estar curtindo de montão, com certeza não sentia a mesma coisa, pois ele não tinha nada palpável que o ajudasse a entender na prática o que estava acontecendo, diferentemente de mim que literalmente “fabricava” o bebê.
A partir daí surge um comportamento engraçado e peculiar à maioria das gestantes de achar que o pai não está se importando e cobrar o pobre coitado por conta disso!
Na gravidez, nossos hormônios fazem com que fiquemos mais sensíveis, aliás, muito mais sensíveis (risos) e com isso haja paciência pro São Joel cuidar de mim ! Eu fiquei tão sensível que chorava por tudo, choros sempre de alegria e emoção .. mas eu chorava !
Na época a Renner fez uma propaganda em homenagem ao dia das mães, não sei se você se lembra, contava a história de uma “Ana” que chegava ao consultório médico com um resultado de gravidez em mãos para o médico abrir; Enquanto isso, passa pela cabeça dela toda uma trajetória de vida daquele possível filho e termina com o médico dizendo que não havia sido daquela vez, neste momento ela volta mentalmente todo o filme idealizado sobre a vida do filho e encarando o médico, com um olhar fime ela diz“_ OK, mas eu não vou desistir!” Gente, se vocês imaginassem o poder que esta propaganda exerceu sobre os meus grávidos hormônios ... rsrsrs, hoje eu dou até risada de lembrar ! Aquilo mexeu tanto comigo que eu chorava de soluçar por pena da tal Ana do comercial, e o pior, eu chorava a cada vez que passava a propaganda e o Jô logicamente, se matava de rir.
A partir deste exemplo, você pode imaginar toda a sequência de comportamentos, bonitinhos e chatinhos do ponto de vista de quem está convivendo com você. Um dia em um shopping eu vi uma mãe com uma criança portadora de alguma síndrome bem grave, e aquilo me fez sentir uma pena gigantesca daquela menininha.. Só sei que eu larguei o Jô e saí correndo pro banheiro chorar lá dentro para não fazê-lo na frente daquela mãezinha.. No banheiro havia uma senhora que ao me ver grávida, com aquela baita barriga de oito meses e chorando, sem falar comigo saiu em busca de ajuda e daqui a pouco chega o Jô na porta do WC para ver o que se passava .. Quase morri de vergonha!
Até que um dia, o Mateus já nascido e ainda bem novinho quando um amigo estava conversando com o Jô acerca da gravidez da mulher, que ele estava inseguro, feliz e preocupado, tudo o mesmo tempo .. aquelas coisas de pai grávido.. Quando o Joel, em tom de brincadeira, começou a definir pro amigo este período, de uma forma quase romântica e muito bem humorada.
“_Cara, se prepare..
Ela vai acordar no meio da noite com azias, ficará andando pela casa, e de remorso você que ta morrendo de sono vai se sentir na obrigação de levantar também;
Ela vai te ligar no trabalho pra contar que o bebê chutou e se você não der a devida atenção, ela vai ficar triste;
Ela vai comer, e vai comer muito! Mas não se assuste, é pro bem do teu filho, cara..;
Aí ela vai dizer que está gorda e barriguda e vai ficar te perguntando se você ainda gosta dela;
Você vai ter que acompanhá-la em todas as ecografias.. Mas isso é massa! Ver teu filho lá, com mãozinhas, pezinhos é uma sensação animal cara;
Ela vai querer que você vá escolher com ela o quarto do bebê, a roupinha da saída da maternidade (se bem que esse fui eu mesmo que fiz questão de comprar); a malinha não sei das quantas, o lustre e uma série de coisinhas que fará com que ela só pense no bebê .. mas ainda assim você vai curtir!
Você vai ter que fazer curso de parto sem dor, curso para papais de primeira viagem, curso pra assistir o parto.. Ich, se somar todos os cursos dá quase uma faculdade;
Agora complicado mesmo cara, é quando elas choram ! Chooora, triiiste, te abraça.. Parece um gato querendo se enroscar nas tuas pernas pra ganhar carinho e você vai ter que dar carinho .. Porque cara ... Ela ta gerando ninguém menos que o teu filho!”
Ao ouvi-lo dizer tudo aquilo, todos nós demos boas gargalhadas porque o tom com que ele fez o relato era realmente muito engraçado e eu fui mentalmente me desligando, saindo dali e comecei a admirá-lo ainda mais e a fazer uma retrospectiva da minha gestação e do IMPORTANTÍSSIMO papel que ele exerceu durante cada semana.
O papel do pai, se bem analisarmos é muito mais difícil que o nosso durante a gravidez .. Para nós a dificuldade é física com algumas limitações que o barrigão vai nos impondo, porém nós temos o instinto materno que faz com que as coisas sejam compreendidas muito mais rápido. Para eles no entanto, é tudo muito subjetivo, eles passam 9 meses sabendo que são pais, porém sem nada “palpável” ainda, eles sabem de suas responsabilidade como pais e isso gera para eles um peso muito maior que para as mães e aliados à tudo isso, eles tem que estar fortes e desempenhar uma boa função de apoio, afinal a “barrigudinha” somos nós !
Agradeço de coração ao meu amado marido que sempre tão companheiro, tão amigo, tão paciente, cuidou de mim como ninguém e ao nascer o Mateus, foi o primeiro a pegá-lo nos braços como um verdadeiro PAI que ele é!
E deixo este post, como forma de reflexão acerca dos pais grávidos que estão por aí, pois a barriga deles não cresce como a nossa, mas o sentimento que é demonstrado do jeito deles, é sem sombra de dúvidas .. de AMOR !
Amor, muito lindo esse post.
ResponderExcluirSei que ajudei muito, mas a pessoal principal dessa história é você.
Outra coisa, a barriga dos pais cresce sim e o pior, não volta a ser como antes.
Te amos muito e muito obrigado por
cuidar de nós maravilhosamente bem.
Bjos