Quando o Mateus completou dois meses eu comecei a analisar a situação, troquei idéias com mamães que já tinham passado por esta dolorosa ruptura que é o final da licença maternidade e também comecei a especular a respeito de babás, a visitar escolinhas e também conversar com minha sogra .. Se eu te disser que qualquer uma das alternativas anteriores seria a ideal para o meu filho eu estaria mentindo, porque no meu coração de mãe a única pessoa neste mundo com quem ele deveria ficar era eu. A minha sogra é daquelas “super avós” que criou 04 filhos e já tinha antes do Mateus 04 netos, porém ela é uma pessoa relativamente compromissada com seus afazeres sociais .. mas ainda assim ela se prontificou, porém a vida dela ficaria tomada pelo Mateus, ou, se ela fosse dosar vida pessoal X neto pequeno, ela teria que deixá-lo com sua empregada de vez em quando e isso definitivamente eu não queria. Comecei então a procurar a babá ideal , mas confesso que na época o meu perfil de babá ideal era quase inatingível, inconscientemente eu procurava o meu clone. Por fim, vamos às escolas.. Visitei exatamente nove escolinhas e sempre tem aquelas que você detesta, as que julga aceitáveis e uma ou outra no meu exigente crivo, foi tida como ideal.
Pois bem, o dia 14/12/2009 foi dificílimo para mim, ele acabara de completar 05 meses e eu o deixei no berçário da Escola Santo Anjo (aprovada por mim em estrutura, higiene geral, tempo de praça e atendimento ). Na hora de entregá-lo para a “tia” ela me perguntou .. “_Ele estranha mamãe?” já esticando os braços para pegá-lo e eu em um ato de total descontrole respondi chorando que quem estranhava era eu e de lá eu fui embora com a sensação de que eu era a pior mãe do mundo ..
Quando você não tem muita experiência, é agarrada ao teu filho, tem medo de que não cuidem bem dele como você e aliado a tudo isso você realmente precisa deixá-lo em uma escola, é normal que você comece a encontrar "pêlo em ovo", se assustar com pequenas coisas e questionar-se diariamente se deve mantê-lo lá ou não..
O meu conforto veio através da experiência das profissionais da Santo Anjo. Um dia me vendo chorar (eu fiquei praticamente um mês saindo de lá a cada manhã, com os olhos cheios d’agua) a Siona dona da escola, me parou no corredor perguntando se estava tudo bem e no desenrolar da conversa ela me convenceu de que se eu não confiasse na escola eu jamais superaria aquele momento e o comentário derradeiro para minha mudança de conduta foi a de que o Mateus também passaria a apresentar dificuldades em ficar na escola ao sentir minha insegurança. A partir daquele dia, meu esforço foi ainda maior para não chorar à toa e para entender que eu era apenas mais uma, dentre inúmeras mães que trabalham fora e vivem esta realidade a cada dia.
Dois anos se passaram e eu compreendi a importância da escola no desenvolvimento social e cognitivo do Mateus e hoje enxergo a Santo Anjo como um excelente berçário/maternal para o nosso principe. O Mateus é um menino doce, educado, tem seus dias de birra e pirraça como toda criança, mas de um modo geral o senso coletivo é muito bem ensinado na escola e desta forma ele sabe dividir, pede por favor e diz obrigado, sabe comer sozinho, além de ser obediente para a idade dele .. enfim, são características da personalidade dele que foram lapidadas em sua maioria pela escola que é onde ele passa a maior parte do seu tempo.
Hoje se alguma amiga viesse me questionar o que eu perguntava a todo mundo 2 anos atrás sobre onde é melhor deixar o filho, com certeza minha resposta seria para que optasse pela escola. Criança que fica com babá, em sua maioria não tem muita informação agregada, pois as babás de um modo geral são contratadas para cuidar e não para ensinar ou corrigir palavras erradas e além de tudo isso, ainda tem o agravante de que hoje em dia (salvas as exceções da regra) sua casa deve estar equipada com câmeras para que você possa ter real tranqüilidade sobre os tratos com seu filho.
As avós também seriam uma excelente opção se não fossem .. avós ! Avó costuma ter aquela frase que eu não posso nem ouvir .. “_Vó é pra estragar mesmo” ou “_ Na casa da vovó pode tudo” e depois lá está você, com uma criança mal-criada e ainda te desafiando ao dizer que a vovó é legal e que você é a chata ! Além disso, as vovós fazem favor aos filhos em cuidar dos netos e se ela estiver te fazendo um favor, como é que você vai falar de algo que não gostou ? Mais uma vez, a escola sai ganhando no meu ranking ..
As escolas possuem profissionais preparados para primeiros socorros, as escolas tratam as crianças pelo coletivo, logo, eles aprendem a agir dentro de regras, cumprir horários e aprendem sobre partilha; Na escola, você tem hora para deixar e hora para pegar e se por acaso a professora tiver algum contratempo que precise se ausentar você não precisará sair correndo à caça de algum parente ou amigo que possa ficar com teu filho, eles simplesmente colocam uma “tia substituta” na sala e pronto; E por fim, as professoras da escola seguem as tuas regras! E isso é EXCELENTE !! Como lá você e seu filho são clientes, eles fazem de tudo para atendê-los da melhor maneira possível (e realmente atendem), portanto suas recomendações e solicitações na agenda são seguidas à risca, por mais exigente que possa parecer o que você pediu, diferentemente da babá ou da vovó que agirão de acordo com suas opiniões próprias achando que você é exagerada ou exigente demais.
Enfim, como este post retrata o que foi melhor para mim e para o Mateus, pode ser que você esteja discordando em alguns pontos dependendo do estilo de vida que você leva, mas para uma mãe que trabalha ... EU... e precisa que seu filho ... MATEUS... fique próximo do meu trabalho, seja bem cuidado, seja educado, cumpra horários e regras e além de tudo isso que ele se divirta e brinque bastante .. A escola, para nós, acabou sendo a melhor alternativa.